Em um período em que muitos não queriam mais seguir a Cristo, Ele questionou os Doze sobre a decisão de permanecer ao Seu lado. Pedro, falando em nome dos discípulos, respondeu: “Para quem iremos?” Certamente, seguir Jesus é a melhor escolha.
A lealdade dos Doze, porém, teve altos e baixos. No momento da prisão de Jesus, todos fugiram, exceto Judas, que traiu o Mestre. Mais tarde, no Calvário, apenas João permaneceu junto à cruz, levantando questões sobre o paradeiro dos demais.
No entanto, arrependidos de sua covardia, eles retornaram e estavam agora dispostos a dar a vida pelo Senhor. Sua fidelidade, guiada pelo Espírito Santo, fortaleceu a igreja e motivou os que vieram depois deles.
Um exemplo notável dessa fidelidade é um antigo desenho que vi em Jerusalém. Embora não esteja acessível ao público, tive a rara oportunidade de examiná-lo. Na parte subterrânea da igreja do Santo Sepulcro, sob a Capela de São Vartan, existe uma cavidade onde pude ver o desenho de um barco com a vela quebrada e uma frase latina que dizia: DOMINE IVIMVS, com o possível sentido de “Senhor, chegamos”. O texto mal escrito e com aparentes erros de grafia seria uma possível referência ao Salmo 122:1, que diz: “Vamos à Casa do Senhor.”
O desenho e a inscrição foram deixados por algum peregrino que visitou Jerusalém por volta de 330 d.C., uma época em que a imperatriz Helena incentivava visitas a Jerusalém. Cristãos de todo o mundo viajavam para a Terra Santa. Não vou abordar os motivos da imperatriz, mas considerarei a sinceridade daqueles que queriam ver onde Jesus viveu. O evangelho saiu de Jerusalém e trouxe consigo convertidos que desejavam visitá-la.
O tipo de barco, a vela quebrada e a grafia da escrita indicam que eram pessoas simples em uma viagem repleta de prejuízos. No entanto, algo me diz que eles não retornaram frustrados. Dezesseis séculos depois, lá estava eu, no mesmo local, emocionado ao perceber que minha fé tem uma longa história.
Estamos em viagem para a Nova Jerusalém. Também enfrentamos desafios e velas quebradas. Contudo, tenha a certeza de que qualquer dano será insignificante comparado ao privilégio de entrar na cidade e ser recebido pelo Salvador.