A revista Scientific American Brasil publicou uma matéria muito interessante sobre as temidas cobras cuspideiras. Além do risco normal da picada, elas lançam um líquido, cheio de toxinas, capaz de acertar o alvo a mais de um metro de distância. O pesquisador Bruce Young, do Departamento de Fisioterapia da Universidade de Massachusetts, liderou estudos com najas para observar essa característica.
Observou-se que as najas seguem os movimentos da cabeça do alvo e também parecem calcular onde os olhos dele estarão com 200 milésimos de segundo de antecedência. Segundo o estudo, as cobras são capazes de prever onde o alvo está indo e disparar na direção correta.
Como as najas, algumas pessoas usam o que sai da boca para ferir os outros. Na literatura egípcia, a boca ocupa um lugar de honra entre os membros do corpo, pois é o canal direto para o coração. Esse também é o pensamento exposto no provérbio de hoje. O que falamos pode nos afetar duplamente.
Em primeiro lugar, o que sai pela boca é um retrato fiel do que está no coração. Paulo escreveu: “Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Romanos 10:10). O evangelista Lucas reproduziu as palavras de Cristo sobre esse assunto: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45). Ao falarmos coisas indevidas, estamos expondo o que há em nosso íntimo.
Em segundo lugar, o que a boca fala afeta o coração. O artista inglês James Kidner afirmou que os “hábitos superficiais de conversas reagem sobre a mente, de maneira que a conversa cínica, as reclamações da moda, a tagarelice, as meias-verdades, todas insinceras, se cristalizam em hábitos fixos do pensamento”. Quando coisas indevidas são faladas, é gerado um processo de autoconvencimento inconsciente daquelas palavras.
É por isso que o sábio nos aconselha no versículo de hoje, e em vários outros de seu livro, a termos muito cuidado com o que sai da boca. Devemos nos afastar de qualquer discurso que se relacione com mentira, engano, provocação, brutalidade, imoralidade e outras categorias ruins de palavras.
Não devemos cuspir veneno por aí. Da nossa boca, devem sair apenas palavras que elevam e abençoam.