Era uma sexta-feira de 1983. Meus pais, além de trabalharem em suas profissões, faziam pão integral para complementar nossa renda. Afinal, éramos seis pessoas, sendo dois adultos e quatro crianças.
Naquela época, meu pai estava cursando o terceiro ano de Teologia no antigo IAE, atual Unasp, São Paulo. Como teologando, seu tempo era bem corrido. Em razão disso, a sexta-feira sempre era muito esperada, pois podíamos passar mais tempo juntos. Era o dia do culto familiar mais animado da semana. O lanche de sexta também era o mais esperado, uma vez que mamãe sempre preparava algo especial: um bolo de nossa preferência, uma torta salgada, entre outros quitutes gostosos.
No entanto, isso não aconteceu naquela sexta-feira. Meus pais não haviam recebido o pagamento das vendas dos pães. E nós, os filhos, nem imaginávamos que não havia muito o que nos oferecer naquele fim de semana. Quando o culto terminou, fomos correndo para a cozinha e perguntamos: “Qual será a surpresa de hoje? Teremos bolo?” Com carinho, minha mãe nos explicou que não tínhamos bolo, mas apenas pão, melado e cevada, sem açúcar.
Claro que ficamos desapontados. Então ela nos disse: “Se vocês querem bolo, peçam a Jesus!” Sem titubear, nós quatro fomos orar. Quando dissemos amém, ouvimos uma batida na porta. Era uma de nossas vizinhas com meia forma de bolo de maçã. Minha mãe a convidou para entrar, e a vizinha logo foi dizendo: “Amiga, hoje fiz esse bolo e pensei: “A Vera tem crianças, acho que elas ficariam felizes em comer um bolo de maçã!” Ela nem imaginava o que estava acontecendo!
Quando aquela mulher saiu, minha mãe nos olhou e disse: “Deus ouviu a oração de vocês, agora vocês precisam agradecer!” Lá fomos nós quatro orar novamente. Mas a bênção não parou por aí. Após a oração de agradecimento, outra vizinha nos trouxe uma forma inteira de bolo. Contudo, o que mais nos chamou a atenção foi a história. Ela nos contou que havia feito a mesma receita que fazia toda sexta-feira para ela e seu esposo. Dessa vez, porém, rendera em dobro. Então seu marido sugeriu que ela levasse o bolo para as crianças da Vera.
Como não crer na promessa de Isaías 65:24? Se você ainda não passou por uma experiência dessas, tenha certeza de que o Senhor está sempre pronto para atender às nossas necessidades. Ele sabe o que precisamos e quando precisamos. Creia! Deus está pronto para responder às nossas orações antes que clamemos.
Daniela Regina Lamarques Isobe