Não dá para tentar tapar o sol com a peneira. De acordo com dados de 2023 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada oito minutos acontece um caso de estupro no Brasil. Escrevo com muita dor no coração. O texto bíblico de hoje, ao fazer o registro desse crime, demonstra que isso também aflige profundamente o coração de Deus.
Assim como na história de Tamar, o agressor, na maioria dos casos, é conhecido da vítima. Esse tipo de criminoso muitas vezes parece estar acima de qualquer suspeita. Trabalha, sustenta a família e é benquisto socialmente. Esse pode ser um tema incômodo, mas, como igreja de Deus na Terra, é nosso dever e responsabilidade combater esses atos e cuidar das vítimas.
As diretrizes da Igreja Adventista são claras em seu documento “Orientações Sobre Prevenção, Correção e Restauração em Situações de Abuso e Assédio Sexual”. Esse documento propõe ações quanto à prevenção de abuso e assédio sexual no contexto de instituições e templos adventistas do sétimo dia, bem como procedimentos administrativos relacionados ao agressor e restaurativos referentes à vítima. Além disso, o documento orienta “comunicar o caso de abuso e assédio às autoridades competentes (polícia, Ministério Público ou órgãos do Poder Judiciário) por meio da administração e do departamento jurídico da instituição”.
A história de Tamar aconteceu há milhares de anos, mas se repete em um infindável ciclo de violência. Ela acontece em lares, ruas e, até mesmo, em igrejas. A pior parte é que a vítima, muitas vezes, é culpabilizada. Não podemos ser cúmplices disso. A culpa sempre é do agressor. No processo de culpar a vítima, acabamos por condená-la ao silêncio. Nossa sociedade agoniza diante desse terrível mal, mas cremos que Cristo virá para acolher as vítimas e julgar definitivamente os agressores. Até lá, sejamos a mão carinhosa que cuida de quem teve sua sexualidade violada e sua inocência roubada. Se você é vítima, procure ajuda e denuncie.