Eu e minha filha estávamos voltando do sul. Tudo ia muito bem até que de repente percebi que a serra que costumo subir estava deserta. Isso era algo incomum para um domingo ensolarado. Parei na lanchonete que geralmente está lotada, mas estava completamente vazia.
Continuei seguindo até o posto de combustível, onde o frentista alertou sobre o ocorrido. A polícia havia bloqueado a estrada por causa de um arrastão envolvendo reféns.
– Moço, eu só sei este caminho – eu disse. – Há alguma alternativa?
– A senhora vai em frente e pega uma entrada para o bairro. Vai dar lá em Itapetininga. É o único caminho. A placa é do lado direito.
Segui olhando para encontrar a tal placa, mas não encontrei. De repente, vi o bloqueio na estrada. Antes de me aproximar do último carro parado, ouvi a voz de Deus me dizendo: “Siga aquele carro! Não o perca de vista.” Quando cheguei bem perto da caminhonete, li na placa: “Tatuí” , exatamente a cidade em que moro .
O senhor idoso da caminhonete desceu e atravessou a pista antes que eu pudesse perguntar a ele se conhecia outra rota para Tatuí. Então perguntei à esposa dele. Enquanto isso ele voltou, e eu lhe disse que ia segui-lo.
Ele olhou para o meu carro com olhar de desprezo e falou:
– O meu carro aguenta, o seu, não sei.
Ele entrou na caminhonete, e eu corri até o meu carro. Minha filha, incorformada, protestou por eu me arriscar por uma estrada de chão e seguir alguém que não conhecia. Expliquei a ela a ordem que havia recebido de Deus ao me aproximar do bloqueio.
Aquele senhorzinho parecia um dublê de filme de aventura. Dirigia loucamente. Clamei a Deus em pensamento para que ele conduzisse meu carro.
Depois que chegamos ao outro lado do bloqueio na rodovia principal, senti um alívio enorme e agradeci a Deus pela ordem dada por Ele, pelo cuidado e pela proteção. Às vezes precisamos obedecer a uma ordem do Senhor, mesmo sem entender as Suas razões.
{ Adriana Seratto }