A lei de Deus é tão sagrada como Ele próprio. É uma revelação de Sua vontade, uma transcrição de Seu caráter, expressão do amor e sabedoria divinos. A harmonia da criação depende da perfeita conformidade de todos os seres, de todas as coisas, animadas e inanimadas, com a lei do Criador. Deus determinou leis, não somente para o governo dos seres vivos, mas para todas as operações da natureza. […] Ao ser humano, a obra coroadora da criação, Deus concedeu o poder de entender o que Ele requer, de compreender a justiça e beneficência de Sua lei, e as santas reivindicações feitas à humanidade; e das pessoas se exige inabalável obediência.
Como os anjos, os moradores do Éden haviam sido postos sob prova. Seu feliz estado apenas poderia ser conservado sob a condição de fidelidade para com a lei do Criador. Poderiam obedecer e viver, ou desobedecer e perecer. Deus os havia beneficiado com ricas bênçãos; mas, se desatendessem a Sua vontade, Aquele que não poupou os anjos que pecaram não os poderia poupar. A transgressão iria privá-los dos dons divinos, e sobre eles traria miséria e ruína.
Os anjos os advertiram contra os ardis de Satanás, pois os esforços dele para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois, sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se, com firmeza, repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás.
A árvore do conhecimento do bem e do mal se tornara a prova de sua obediência e amor a Deus. O Senhor achara conveniente não lhes impor senão uma proibição quanto ao uso de tudo que estava no jardim; mas, se desatendessem a Sua vontade neste particular, incorreriam na culpa de transgressão. Satanás não os acompanharia com tentações contínuas; poderia ter acesso a eles unicamente junto à árvore proibida. Se eles tentassem examinar a natureza da mesma, estariam expostos a seus ardis. Foram admoestados não só a dar cuidadosa atenção à advertência que Deus lhes enviara, mas estarem contentes com as instruções que Ele achara conveniente comunicar-lhes. (Patriarcas e Profetas, p. 53)