Diante da janela do quarto, ela pede a Jesus que a perdoe de algo errado que ela fez. Olhando pela tela do celular, meu coração se derrete de ternura pela garotinha de quatro anos que viralizou na internet por sua fé. Ela insiste em dizer que é filha Dele, pergunta se os pecados dela estão perdoados, pede resposta, diz: “Por favor!” e, subitamente, a menina para e espera. De repente, um vento faz a cortina do quarto balançar. Ela olha e pergunta, já confirmando, cheia de certeza: “O Senhor me respondeu? O Senhor me respondeu! Está bem! Tchau, Jesus!” Muita gente se encantou com a demonstração de fé da garotinha.
Quantas vezes você pediu a Deus coisas tão boas e legitimamente cristãs, mas não obteve a resposta que esperava, como um emprego ou um casamento estável, a conversão de alguém ou uma cura? Fizemos muito isso no ano passado, especialmente por vítimas da covid-19, não é mesmo? Bem, tendo um “não” como resposta divina, alguns desanimam; outros acatam e, de alguma forma, recebem força ou são confortados.
A Bíblia apresenta uma oração que, por amor a nós, também não foi atendida. Ela está em Mateus 26. Jesus estava no Jardim do Getsêmani e sabia que o momento mais desafiador de Sua missão na Terra se aproximava. Então, em agonia, o Filho de Deus orou: “Meu Pai, se é possível, que passe de Mim este cálice!” (v. 39) Em vez de livrar Jesus do que O aguardava, Deus Lhe enviou um anjo para oferecer conforto, e o Salvador voltou a orar: “Meu Pai, se não é possível que este cálice passe de Mim sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade” (v. 42). É claro que era possível! Todas as coisas são possíveis para Deus. Contudo, a humanidade estaria perdida para sempre se o plano da salvação fosse abortado naquele momento. Com essa oração de submissão total ao Pai, Jesus foi fortalecido e Se tornou capaz de enfrentar toda crueldade para nos salvar.
Às vezes, Deus responde às nossas orações dando-nos livramento; às vezes, como aconteceu com Jesus no Getsêmani, Ele nos fortalece para suportarmos as agruras deste mundo de pecado e, quem sabe, até atravessarmos o vale da sombra da morte. É a maneira como nos sujeitamos às respostas de Deus que faz toda a diferença em nossa jornada espiritual.
Sueli Ferreira de Oliveira