Quinta-feira
10 de novembro
Superior
O fariseu, em pé, orava no íntimo: “Deus, eu Te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.” Lucas 18:11

Há pelo menos duas razões pelas quais certos indivíduos se sentem superiores aos demais. Primeiro, por acreditar na ideia de “herança natural”, ou seja, imaginar que, por um golpe de sorte, as coisas que eles têm “lhes pertencem por direito adquirido”. A segunda razão é o “mérito pessoal”, a noção de que o que se tem foi conquistado com sangue, suor e lágrimas, como por exemplo a medalha recebida, o diploma na parede, o trabalho terminado, a reputação construída, os filhos criados, a casa paga, o carro comprado, o corpo “malhado” ou o salário recebido. 

Pessoas esforçadas, que trabalharam duro, lutaram muito para ter o que têm, sobreviveram a dificuldades, venceram vícios e tiveram sucesso em certas áreas da vida, às vezes são, infelizmente, as mesmas que impedem as demais de deslanchar. Professores muito exigentes podem cair nessa armadilha, pais durões também, sem falar de veteranos, atletas de elite, altos executivos ou intelectuais, entre outros. Gente com síndrome de superioridade própria não ensina, só avalia. Não inspira, olha de cima. Não se compadece, desdenha. Não aposta nas pessoas, desconfia delas. Não se arrisca, protege a retaguarda. Não estende a mão, empurra para o abismo. Não resgata, abandona. Não socorre, entrega à morte. Não usa o poder para redimir, usa-o para impor autoridade, humilhar e destruir. 

Para Jesus, ser superior representa algo bem diferente disso. É servir, ajudar, capacitar, inspirar. O fariseu da parábola não errou por jejuar, dizimar, agir com honestidade e disciplina ou ser fiel às crenças dele. Nada disso é ruim. Ruim é quando você despreza aqueles que contrariam as suas expectativas. Ruim é confundir justiça com indiferença; algo que Deus nunca faz. O Senhor nos surpreende ao justificar desprezíveis publicanos e censurar impolutos fariseus. Para Deus, não existe superioridade sem compaixão nem liderança sem amor. 

Hoje, Ele o desafia a fazer o bem àqueles que não merecem, a estender a mão às pessoas fracas e indignas. Estas poderão, pela graça, encontrar em você uma razão para buscar o Deus a quem você diz seguir.