Terça-feira
18 de abril
SURPREENDIDOS PELA BONDADE
Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Mateus 5:7

Vivemos em uma época em que os atos de misericórdia estão cada vez mais raros. Quando surge algum movimento do bem ou quando alguém pratica um ato de honestidade, logo vira notícia. A bondade não deveria nos surpreender, mas ser uma experiência comum da vida. 

Infelizmente a maldade tem anestesiado o coração humano. Não ficamos mais sensibilizados ao ver, por exemplo, uma mãe debruçada sobre o caixão do filho. Abraham Heschel escreveu: “O homem tem sido vítima de crueldade, de brutalidades, de violências, e sua sensibilidade vem sendo embotada com o tempo; […] Tudo que nos resta é ficar horrorizados com a perda do nosso senso de horror” (Deus em Busca do Homem, p. 199). 

O mundo clama por misericórdia! É por isso que Jesus ergueu a voz no monte e ensinou que essa virtude é essencial no reino de Deus. Misericórdia é tratar o próximo com amor, dignidade e respeito, inclusive aquele que não merece. É viver como Cristo viveu. Perceba que isso tem que ver com a prática, não apenas com intenções ou palavras. De nada adianta professar um credo se a religião não é traduzida em ação. 

Para Deus, os verdadeiros discípulos são os que compartilham misericórdia com os órfãos, viúvas, pobres, encarcerados e famintos, ou seja, todo o que necessita de compaixão. Para o apóstolo Tiago, essa é a “religião pura e imaculada” (Tg 1:27). 

Você tem sido misericordioso com o próximo ou vive apenas para si? O mundo precisa hoje de mais “bons samaritanos” que amparam os sofredores; de “Dorcas” que doam roupas aos necessitados; de “Rutes” que auxiliam as viúvas; de “Estêvãos” que perdoam os seus agressores; de pequenos “Cristos” que vivem para o próximo. 

Lembro-me da história da canadense Margot Sluytman que conseguiu perdoar o assassino do seu próprio pai. Glen Flett cumpriu a pena pelo crime cometido e se arrependeu profundamente do seu ato. Então fez contato com Margot pedindo perdão. O que você faria? Embora tenha sido extremamente difícil, Margot conseguiu perdoá-lo. Por incrível que pareça, eles se tornaram grandes amigos. Para aquela filha, essa foi uma experiência libertadora. 

Assim funciona o reino de Deus: há misericórdia para quem usa de misericórdia.