A arte de viver bem é um grande desafio, cheio de dilemas. Precisamos agir com base nas virtudes, mas nem sempre isso parece ser o mais prudente. É preciso confiar, agir na base da confiança, mas também é preciso desconfiar de pessoas e situações. Como disse Jesus, “Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas” (Mt 10:16). É preciso esperar por um futuro melhor, mas também é preciso agir em favor do presente.
De fato, aquilo que parece ser virtude numa situação pode não ser em outra. Uma atitude forte em um contexto pode ser ficar calado, em outro contexto, falar com autoridade e sinceridade. A solitude pode ser entendida como solidão. O justo pode ser interpretado como injusto. Alguém perseverante pode ser descrito como obcecado, e o perdão muitas vezes é interpretado como tolice.
A Bíblia também apresenta essas sutilezas que envolvem a arte de viver: é preciso negar o eu, mas há o apelo para amar o próximo como a si mesmo. “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem”, Jesus aconselha em Mateus 6:19. Mas as Escrituras também afirmam: “O homem bom deixa herança para os filhos de seus filhos” (Pv 13:22). Em sua primeira carta, Pedro afirma que a mesma “pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” (1Pe 2:7). Em vista desses textos, como interpretar as situações corretamente? Como saber se portar em diferentes contextos?
O ponto fundamental na vida cristã é agir conforme a orientação do Espírito Santo. As situações da vida são tantas e tão complexas que precisamos constantemente fazer uso da promessa: “Uma voz atrás de você lhe dirá: Este é o caminho; siga-o” (Is 30:21). Confie na Palavra; o Senhor jamais vai decepcionar você.