Em qualquer religião, santificar algo é torná-lo importante. Curiosamente, as religiões do mundo costumam santificar uma destas três coisas: objetos, lugares ou indivíduos.

Na Bíblia, porém, a primeira aparição do termo santificar é usada em referência a um intervalo de tempo. Em Gênesis 2:3, a Bíblia diz: “Deus abençoou o sétimo dia e o santificou.” E por que é importante saber que Deus santificou o tempo? Ao contrário dos objetos, o tempo é imaterial. Ele não pode ser transformado em amuleto. Diferente do espaço, o tempo é abrangente. Todos cabem nele. Além disso, ninguém precisa parar a vida e peregrinar para entrar no tempo sagrado. Por fim, a santificação de indivíduos gera castas e dá valor especial ao que é comum. O tempo santo dá a todos a mesma oportunidade de santificação.

O tempo é o palco em que toda vida acontece. Tempo não é dinheiro; tempo é vida. Se você tiver todo o dinheiro do mundo, mas não tiver tempo, você não tem nada. Por isso, ao santificar o sábado, Deus considera o tempo sagrado. Por outro lado, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (cf. 1Tm 6:10). Repousar no sétimo dia é saber priorizar aquilo que dinheiro algum pode comprar. Quem guarda o sábado não tem apenas um dia diferente, tem uma vida diferente. Uma vida dedicada a amar.

Guardar o sábado também é uma vacina contra um mundo workaholic; é um alerta contra o risco de colocarmos nosso valor na renda do que produzimos. Aquele que nos criou sabe que nossa natureza desgovernada facilmente nos leva a cometer excessos. O mandamento nos lembra de que a autoridade dos pais, dos patrões, dos governantes tem um limite. Lembrar da santidade do sábado é lembrar de quem realmente governa nossa vida.

Por isso, somos convidados a valorizar o descanso do sábado. Parar nesse dia é um ato de fé, que indica confiança Naquele que tem poder de governar minha vida melhor do que eu, mesmo com todo meu esforço. Que o sábado seja uma lembrança constante para você descansar nas promessas do Criador e confiar a Ele todas as suas preocupações.