Sábado
23 de agosto
TESOUROS QUE IMPORTAM
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós. 2 Coríntios 4:7

No Museu de Arqueologia do Unasp, o MAB, temos em exposição alguns exemplares de cofres de barro datados dos tempos bíblicos. Um deles, inclusive, contém pedaços de metal e joias semipreciosas para ilustrar o texto de Paulo que lemos hoje.

Antigamente, moedas, joias e pedaços de prata ou ouro eram enterrados em jarros de barro por questões de segurança, especialmente em tempos de guerra ou instabilidade social. Você certamente se lembra da parábola dos talentos, em que um dos servos que recebeu recursos do patrão “fez um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor” (Mt 25:18).

Escavações arqueológicas já descobriram vários desses vasos de barro. Em 2016, enquanto operários abriam uma trincheira em um subúrbio de Sevilla, na Espanha, encontraram, por acaso, 19 ânforas do período romano repletas de moedas de bronze datadas do 3o século d.C.

Em 2008, alunos da Universidade de Heidelberg descobriram em Jerusalém uma panela de barro, também do período romano, contendo moedas do templo judeu, conhecidas como Siclo de Tiro. Possivelmente, um pouco antes da destruição da cidade, essas moedas tenham sido enterradas por alguém, e assim permaneceram por aproximadamente 2 mil anos.

A palavra grega usada por Paulo para tesouro (th?sauros) é a mesma que aparece na parábola do tesouro escondido em Mateus 13:44. A imagem é a mesma, porém, no caso de Paulo, o vaso frágil de barro representa nosso corpo feito do pó da terra, enquanto o tesouro interno de maior valia é o evangelho, a graça e a glória de Cristo ocultos em nós.

As palavras de Paulo têm um tom de profunda humildade. O que tem valor está acima e dentro desse vaso de barro, isto é, o corpo frágil que contemplamos. O que Deus armazena em nós é um tesouro inestimável. A passagem é instrutiva, pois mostra “que a excelência do poder provém de Deus, não de nós”. “Levamos sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida Dele se manifeste em nosso corpo” (2Co 4:10). Que aprendamos a ver as pessoas não pelo que elas são, mas pelo que podem ser pela presença de Cristo.