Escrevo este devocional no último dia da nossa lua de mel. Estou numa biblioteca, desfrutando a quietude após sete dias a bordo de um colossal navio de luxo que nos levou a Málaga, Roma, Córsega, Florença, Pisa e Valência. É difícil acreditar que se passou uma semana desde que ouvimos o brado de boas-vindas: “Todos a bordo!” O navio estava com a lotação completa, de modo que agora a tripulação está exausta. Nós, os hóspedes, nos sentíamos como se estivéssemos no centro de Manhattan. Ao longo da semana, a multidão de hóspedes dificultava até mesmo as refeições. Assim, agora, estou apreciando a quietude. Escolhemos o último horário de saída, o que nos concede tempo suficiente para relaxar e até lanchar antes de irmos para o aeroporto.
Ao meu redor, o navio está passando por uma faxina completa. Os camareiros retiram os lençóis das camas, esterilizam as cabines, esvaziam as lixeiras e colocam cartões de boas-vindas em cada quarto. A equipe da cozinha trabalha diligentemente para preparar um fabuloso bufê, a fim de causar uma primeira grande impressão aos novos hóspedes que chegarão. A equipe da limpeza organiza e limpa toda superfície possível, especialmente os elevadores envidraçados. O chefe da tripulação está trabalhando no itinerário que entreterá os quase 3 mil passageiros. A administração e a tripulação têm três horas para virar o navio do avesso, para fazer com que ele pareça estar sendo preparado para os hóspedes durante semanas. Fora desta silenciosa biblioteca, a agitada tripulação está por toda parte.
Penso em Marta e em como a minha vida (e a dos tripulantes do navio agora) é muitas vezes frenética: trabalho, tarefas domésticas, preparo de refeições.
Os momentos pacíficos são poucos e distantes uns dos outros. Preciso aprender que isso não é o que Jesus deseja para mim. Com demasiada frequência, assim como Marta, não tenho pedido que Jesus tome parte naquilo que estou fazendo. Então reflito sobre como Maria, irmã de Marta, encontrou paz aos pés de Jesus. Eu também preciso me achegar a Ele para ter essa doce e prometida paz. Alegria nas minhas tristezas, alívio dos meus fardos e esperança para os meus amanhãs.
Como a frenética Marta aprendeu, Jesus deve vir primeiro. Assim, vamos reduzir o ritmo, contemplá-Lo e então estender um sincero convite: “Todos a bordo, Jesus!”
Sharon Michael Palmer