Eu me apaixonei pelo outono. Ele se tornou um alívio para o calor do verão do estado de Michigan, nos Estados Unidos. Eu ficava encantada com a obra-prima que era a magnífica criação de Deus exibida nas ardentes cores das árvores. Quando nos mudamos para a Califórnia, eu plantei uma árvore cujas folhas lembravam as de uma ácer. Cuidei dela na esperança de que um dia eu iria desfrutar da sua beleza. Ela não me decepcionou. No verão, sua copa larga provia sombra para o sol quente da Califórnia. Conforme o outono se aproximava, as folhas verdes iam lentamente se tornando em folhas cor de ouro, carmesim, amarelo e laranja, vestindo a árvore com as cores da estação. No inverno, o vento forte despia a árvore de toda a sua beleza, e folhas marrons se acumulavam na calçada embaixo dela. A árvore que tinha sido tão linda, agora ficava nua, com seus galhos formando uma silhueta em contraste com o céu.
Anos mais tarde, nosso quintal começou a formar poças de água que o deixavam encharcado e úmido. Em um dia de chuva, as áreas que ficavam em volta dos canos de drenagem foram inundadas, afogando as plantas que estavam ali. Em vez de drenar totalmente a água acumulada, o fluxo da drenagem se tornou um pequeno gotejamento que ficou caindo na rua por vários dias. Por isso, começou a crescer musgo ao redor da saída do cano. Tentei limpar o cano com um galho até onde conseguia alcançar, mas não obtive sucesso. Havia algum problema. Mais tarde, um paisagista resolveu a situação. Ao desenterrar alguns canos, descobrimos que as raízes da árvore entupiram o encanamento, impedindo o livre fluxo da água. Anteriormente, eu havia plantado um âmbar líquido, cuja folhagem de outono é colorida, sem saber que seu sistema de raízes era agressivo e que poderia bloquear os canos e rachar as calçadas. Plantei a árvore errada no local errado! Um mau investimento, que me ensinou uma lição. A árvore tinha que ser cortada! Custou-me cerca de dois mil dólares para cortar a árvore, substituir o sistema de drenagem e replantar o gramado, a fim de restaurar o quintal à sua condição original.
Será que somos como a árvore âmbar líquida, admiradas pela beleza exterior, mas com nosso coração produzindo as raízes do orgulho, da arrogância, do preconceito e do egoísmo, que podem danificar a nossa alma? Antes que causemos qualquer dano, vamos pedir ao Mestre Criador para limpar nosso coração das raízes indesejadas, para que possamos irradiar Sua beleza em nossa vida.
{ Evelyn Porteza Tabingo }