Diante de certas situações, não sabemos para onde ir ou a quem recorrer. Às vezes, sequer temos para onde voltar. Foi assim com Dione. Quando ele saiu de onde morava, achou que ia se dar bem, mas não foi o que ocorreu. Tinham prometido muito dinheiro para ele transportar droga. Mesmo sendo arriscado, ele aceitou. Como resultado, foi preso e teve que cumprir pena em uma penitenciária no meio do nada, longe de casa.
Na prisão, os dias pareciam intermináveis. O arrependimento e o remorso o atormentavam. Queria ser livre outra vez. Porém, ao se aproximar a data em que seria solto, sentiu que talvez não valesse a pena voltar. Voltar para onde? Voltar para quê? Voltar para quem? Seus pais o tinham abandonado quando ele era pequeno. A tia que o havia criado tinha falecido. Os demais membros da família, poucos e distantes, não estavam em condição de ajudá-lo a recomeçar. Dione entendeu que teria de seguir na vida sem a ajuda de mais ninguém.
A sensação de culpa e abandono é algo terrível, não é? Foi assim que o filho perdido, na parábola que Jesus contou, se sentiu. Nessa história, tudo ocorreu por causa de uma decisão motivada pela ambição exagerada e pelo desejo de viver de modo desregrado. Os sonhos de grandeza do filho não se realizaram. Gastou tudo. Perdeu a dignidade e quase a vida!
Porém, teve a coragem de tentar desatar o nó que ele mesmo tinha dado. Caiu em si, admitiu o erro, voltou atrás e pediu perdão. E então? Um pai autêntico não deixaria de receber de volta o filho querido que acabara de mostrar que aprendera a lição, não é? O jovem da parábola teve para onde voltar. Dione não. Ele decidiu recomeçar no lugar onde o deixaram quando foi solto. Resolveu “florescer onde estava plantado”. Se sentia arrependido e transformado, e por isso tinha um futuro promissor.
Quem dera tivéssemos sempre um lugar para onde voltar! Quem dera houvesse sempre alguém esperando por nós no fim do dia, com ansiedade e amor! Nem sempre é assim, infelizmente. Por isso, quando olharmos em volta, nesta Terra, e não encontrarmos saída, vale lembrar que nosso verdadeiro lar é a casa do Pai. Quando todos falharem, Deus não falhará: “Quando meu pai e minha mãe me desampararem, O Senhor me recolherá” (Sl 27:10, ARC). Eu creio! E você?