Devemos deixar Cristo entrar em nosso coração e em nosso lar se quisermos andar na luz. O lar deve ser tudo quanto está implícito nessa palavra. Deve ser um pequeno Céu na Terra, um lugar em que se cultivem os afetos em vez de serem minuciosamente reprimidos. Nossa felicidade depende do cultivo do amor, da compaixão e da verdadeira cortesia de uns para com outros. A razão por que há em nosso mundo tantos homens e mulheres de coração insensível é que a verdadeira afeição tem sido considerada como fraqueza, sendo consequentemente desencorajada e reprimida. A melhor parte da natureza dessas pessoas foi pervertida e reprimida na infância; e a menos que os raios da luz divina derretam sua frieza e endurecido egoísmo, sua felicidade estará enterrada para sempre. Se quisermos ter coração terno, como Jesus tinha quando esteve na Terra, e santificada compaixão, como a têm os anjos pelos pecadores mortais, precisaremos cultivar as afeições da infância, que são marcadas pela inocência. Então seremos aperfeiçoados, elevados e dirigidos por princípios celestiais.
O intelecto desenvolvido é um grande tesouro, mas sem a suavizante influência da compaixão e do amor santificado, ele não é de grande valor. Devemos ter palavras e atos de terna consideração para com os outros. Podemos manifestar mil e uma pequenas atenções em palavras amigas e olhares aprazíveis, que voltarão para nós. Cristãos imprudentes, por sua negligência para com outros, mostram não estar em união com Cristo. É impossível estar unido a Cristo e ser desamorável para com outros, esquecendo-se de seus direitos. Existem muitos que anseiam intensamente por amorosa compaixão. Deus deu a cada um de nós uma identidade particular, nossa, que não se pode dissolver na de outro; mas nossas características individuais serão muito menos preeminentes se, na verdade, pertencermos a Cristo e se Sua vontade for a nossa. Nossa vida deve ser consagrada ao bem e à felicidade dos outros, como foi a de nosso Salvador. Devemos esquecer a nós mesmos […] e estar atentos para observar oportunidades para animar outros, confortando-os em suas tristezas e aliviando-lhes as cargas por ações de terna bondade e pequenos atos de amor. Essas atenciosas cortesias, que, iniciando-se em nossa família estendem-se até fora do círculo familiar, ajudam a tornar a soma da vida feliz; e a negligência desses pequeninos atos perfaz a soma das tristezas e amarguras da vida (Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 539, 540).