Costumamos nos orgulhar das realizações na dimensão terrestre – emprego, dinheiro, bens, família, amigos, viagens… Não há nada de mau nisso, exceto o fato de que essa dimensão deveria ocupar menos espaço em nossa vida para dar mais espaço à dimensão celestial.
Deveríamos viver mais por ela, sonhar mais com ela, falar mais dela, aspirar mais a ela, chorar mais por ela, insistir mais no conhecimento dela, estar mais preparados para a concretização dela, ser melhores por causa dela.
Enquanto nosso anseio por ela ainda é insignificante, o longânimo Pai às vezes não nos impede de passar por crises: uma doença devastadora, uma separação avassaladora, perdas, perdas e mais perdas… O Pai não impede porque queira nos machucar ou porque queira nos ver desesperados de dor na iminência da perda. Não! Deseja que sintamos a dor e a gravidade eterna de nossas prioridades equivocadas, para darmos “meia-volta, volver” e mudar essas prioridades, enquanto é tempo.
A Bíblia está repleta de exemplos de filhos de Deus que, em momentos de desespero ou incerteza, receberam sabedoria, alento e a reafirmação de benditas promessas, dirigindo-lhes o olhar para a dimensão celestial. Ana, quando clamava por um filho; Jacó, enquanto fugia do irmão Esaú; Jó, diante das desgraças, e tantos outros.
Podemos manter diante de nós dois grandiosos motivos pelos quais apenas podemos insistir numa atitude de gratidão a Deus: a esperança da ressurreição, caso percamos nossos amados, e a certeza de que, por trás de tudo, está um Deus onipotente, onipresente e onisciente, empenhado em nos ensinar o que realmente importa e nos conduzir à vitória.
Esses motivos fazem surpreendente mudança em nossa rotina, não importa o pior que possa acontecer. Tornar o Céu nossa prioridade é a melhor coisa que podemos fazer, não importa o que tenhamos que passar para chegar lá! É essa a dimensão que realmente importa.
Como escreveu Ellen White: “É bom, essencial mesmo, possuir conhecimento do mundo em que vivemos; mas, se deixarmos a eternidade fora de nossas cogitações, sofreremos um fracasso de que jamais nos poderemos reabilitar” (A Ciência do Bom Viver, p. 450).
Mantenha o foco na dimensão celestial!