Quinta-feira
31 de outubro
Uma oração corajosa
Venha o Teu Reino; seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. Mateus 6:10

Era dezembro do ano de 2014. Em outros anos, eu estaria preocupada apenas com as atividades por terminar das matérias da faculdade, mas dessa vez era diferente. Meus pensamentos estavam divididos entre os afazeres acadêmicos e a saúde da minha mãe, na época, internada no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, acometida de uma cirrose hepática medicamentosa. Diante do quadro delicado, decidimos confiar que Deus faria o melhor por nós. Olhando para trás conseguimos ver a direção Dele em cada passo.

Preciso confessar que, durante todo o período de tratamento da minha mãe, eu não orava de acordo com o texto de hoje. E a razão era simples: Em muitos momentos não é fácil pedir que a vontade de Deus seja feita. E se a vontade Dele não fosse a minha? Sentia-me mais segura em pedir só pela cura dela. Quanto mais o tempo passava, mais a situação se agravava. A nossa última tábua de salvação era um transplante de fígado. A espera por um doador era angustiante. O sofrimento tornou-se maior quando percebemos que estávamos lutando contra o tempo.

Sem vislumbrar outra solução, a equipe médica sugeriu que procurássemos um doador vivo. Em casos assim, doa-se uma parte do órgão, que se regenera com o passar do tempo. O processo cirúrgico é extremamente delicado e oferece riscos tanto ao doador quanto ao receptor. Para nossa surpresa, meu pai foi compatível com ela e decidiu que correria o risco da cirurgia.

Foram 12 horas de centro cirúrgico e alguns dias na UTI. Tudo parecia muito bem. A cirurgia foi um sucesso e os dois se recuperavam. Até que, 40 dias depois do procedimento e prestes a sair da UTI, minha mãe entrou em coma. Havia contraído uma bactéria por conta dos imunossupressores. Eu continuava pedindo a Deus pelo milagre. E Ele fez.

Era quinta-feira de manhã. Acordei com uma vontade muito grande de orar e, pela primeira vez em alguns meses, eu disse “Senhor, seja feita a Tua vontade na vida da mamãe”. O maior milagre foi a minha coragem de orar assim. A paz tomou conta do meu coração. No sábado, minha mãe descansou no Senhor. Desde então, tenho desfrutado o cuidado especial de Deus e aprendido a confiar Nele.

Tenho aprendido que Deus nem sempre nos dá o que pedimos porque Ele tem algo mais precioso para nós: a eternidade. Peça a Deus forças para entregar tudo sem reservas nas mãos Dele e experimente a paz genuína de saber que Ele continua no controle.

Thaís Ribeiro Alencar