Comecei a trabalhar na colportagem aos 16 anos, embora não soubesse falar bem o inglês. Assim, as primeiras semanas foram difíceis porque, para vender, você precisa se comunicar. Não desisti. Em vez disso, segurei nas mãos de Deus e cheguei ao fim do programa de dez semanas. Mal sabia eu que aquele não seria o único verão de colportagem para mim.
Lembro-me de um dia quente de verão em Las Vegas, carregando uma bolsa com 15 livros, o que não me ajudou a lidar com quatro horas consecutivas de recusas. Bati em uma porta por dois minutos. Ninguém atendia. Enquanto me afastava, meu pé se enroscou em um arame na frente da porta. Os livros se espalharam à minha volta quando caí sobre meu braço. O sangue manchou minhas mãos e a saia. Tentei chamar a líder de nossa equipe por walkie-talkie, mas logo percebi que a bateria tinha acabado. Minha mente teve um “branco” naquele momento. Sabia que não poderia ficar sentada na calçada até que a líder por fim retornasse. Então, decidi ir à casa seguinte – onde minha oferta foi recusada. Finalmente, a líder chegou e me levou rapidamente ao hospital para tomar a vacina contra o tétano.
Depois da vacina, peguei a pesada sacola de livros e continuei trabalhando, a despeito do meu braço machucado. Depois de mais duas horas de recusas, meu nível de alegria estava abaixo do vazio. Eu estava para começar uma longa subida e pensei: Por que me incomodar e subir essa rua, onde recusarão minhas ofertas de novo? Ouvi, porém, uma voz baixinha e suave me dizendo que fosse. Um cavalheiro de mais idade abriu a porta. Depois da minha introdução, mostrei-lhe dois livros. Ele saiu e logo retornou com um cheque. Aceitando o cheque, comecei a me debulhar em lágrimas. Contei ao surpreso senhor a experiência pela qual passara naquela manhã, e ele começou a chorar comigo. Contou-me que sua esposa falecera poucas semanas antes e que, quando ele viu meus livros, soube que eles o consolariam. Antes de eu sair, oramos juntos.
Às vezes, é difícil acreditar na presença de Deus quando estamos passando por tribulações. Deus, porém, tem maneiras de nos mostrar Sua onipresença. Devemos ser pacientes, ter fé, orar e ouvir Sua voz terna e suave. Ao cair, devemos aprender a ficar em pé. E, por meio de nossos sinceros testemunhos, Deus levará ânimo a outros também. Não tenha medo de compartilhar suas bênçãos e seu coração.
Vanya Hoyi Chan