Sábado
26 de outubro
Urutau
Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha. Apocalipse 16:15

Os indígenas o chamavam de urutau, que em tupi-guarani significa ave-fantasma. Mas ele também é conhecido como urutágua e jurutauí, do Sul do México à Terra do Fogo. Durante o dia, o urutau permanece parado sobre um galho, tão quieto, como se fosse a continuação deste. À noite, faz ecoar um canto melancólico, parecido com um lamento humano.

Os olhos são enormes e desproporcionais ao tamanho da cabeça larga e achatada. Iluminado por uma lanterna à noite, produz um reflexo como se fossem duas brasas de fogo vermelhas, visíveis a grande distância. A boca, enorme, é parecida com a de um sapo cururu. Essa arrumação é suficiente para assustar a maioria dos predadores.

O urutau é capaz de ficar o dia todo imóvel. Mesmo com os olhos fechados, ele sabe o que acontece ao redor. Suas pálpebras têm duas aberturas que funcionam como um “olho mágico”. Visto que tem o olho bem saliente e grande, ele consegue enxergar em todas as direções, sem precisar mexer muito a cabeça.

Quando algum inimigo tenta se aproximar, o urutau estica o corpo e levanta a cabeça até a cauda tocar o tronco. Esse movimento é muito lento e totalmente controlado por meio da fenda das pálpebras. Ele não abre o olho, o que torna a camuflagem tão eficiente que o visitante não consegue percebê-lo. O urutau só dorme quando se sente totalmente seguro. À noite, quando sai para se alimentar, nunca pousa no chão, preferindo voar alto, de uma árvore para outra.

O urutau é um perfeito vigilante. E bem-aventurado, disse Jesus, é aquele que vigia. Vigiar significa estar alerta, estar ativo e pronto para enfrentar uma situação difícil. Quando a Bíblia fala em vigiar, normalmente se refere também à oração. Vigiai e orai, disse Jesus, para que não entreis em tentação. Vigiai e orai porque não sabeis o dia nem a hora da vinda do Senhor. Este mundo tenta sempre nos fazer afundar no mar das coisas materiais. Por mais necessárias que sejam, porém, elas nunca devem nos fazer esquecer de que precisamos estar prontos na hora que o Senhor nos chamar. De dia ou de noite.