Domingo
30 de junho
Vale da sombra
Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou. Apocalipse 21:4

Há pessoas que amam cães, outras amam gatos, e outras ainda são apaixonadas por coelhos. Qualquer um que me conhecer por cinco segundos dirá que eu definitivamente sou uma pessoa que ama coelhos. Meu caso de amor com coelhos começou quando eu era criança, e hoje amo meus coelhinhos, quase como se fossem meus filhos.

Há várias fotos e muitos vídeos de coelhinhos bonitos na internet e, um dia, de alguma forma, encontrei um vídeo encantador de um coelho branco comendo uma framboesa e passei para um outro vídeo sobre como os coelhos Angorá são tratados em algum país cujo nome eu estou muito traumatizada para lembrar. Vi apenas um momento do grito do coelho enquanto seu pelo era arrancado. Bati no meu teclado, tentando fazê-lo parar! Faça parar! Faça parar! E rapidamente entrei em histeria de um jeito que espero que nunca mais aconteça. Infelizmente, eu precisava pegar minha filha na escola. Estava tão chateada quando cheguei que tive que pedir a ela que nos levasse para casa porque eu não estava em condições de dirigir. Uma hora depois, eu ainda estava tão angustiada que me senti esfolada, como se toda a minha pele tivesse sido removida e o simples existir fosse doloroso.

Ocorreu-me, no meio da minha agonia, quando implorava a Deus que apagasse a horrível lembrança do sofrimento do pobre coelho, que esse era um simples eco da dor que Adão e Eva sentiram imediatamente após a queda. Como eles devem ter desejado poder apagar o que tinham feito e voltar à vida antes da queda! Como eles devem ter chorado, uma dor tão grande e esmagadora que os fez se esconderem de Deus. Imagine como eles devem ter se sentido quando, mais tarde, o Senhor lhes entregou as peles das belas criaturas que haviam acariciado algumas horas antes.

É muito fácil se tornar complacente com o pecado e permitir que ele se arraste em nossa vida. Mas nunca devemos nos esquecer do custo desse pecado; nunca devemos nos esquecer do rosto do mal ou tentar vesti-lo. Por mais que eu queira nunca ter visto aquele vídeo, agradeço uma coisa. Isso me lembrou que, não importa o quanto este mundo seja maligno, é apenas uma sombra passageira. Um dia, muito em breve, não haverá mais sofrimento, nem mais tristeza. A essa esperança é que devemos nos apegar quando a inundação do mal ameaçar nos arrastar.

Céleste Perrino-Walker