Há um poder especial que só se manifesta quando as pessoas se reúnem com um propósito comum. Deus respeita sua individualidade, mas Ele decidiu conceder uma bênção a mais àqueles que põem de lado suas diferenças e se unem para adorá-Lo no dia estabelecido desde a criação para esse propósito. Por isso, Deus abriu um espaço no tempo chamado sábado, capaz de alcançar todas as pessoas em todas as geografias, épocas e culturas, para que ninguém se sentisse excluído. Nesse dia, mais que em qualquer outro, entramos em batalha espiritual contra um inimigo peçonhento e sagaz.
Por isso, o sábado é o dia da semana em que o conflito é mais intenso. É o dia mais difícil de levantar da cama, de sair de casa, de ser pontual, de se sentir disposto, de evitar desentendimentos, de manter o foco. Cientes de que “o sábado foi feito por causa do homem”, sentimos nesse dia a venenosa tentação de pensar que nós, e não Deus, somos o centro do shabbat. Apesar de o sábado ser um presente do Criador para a humanidade, tendemos a querer nos beneficiar desse presente de maneira egocêntrica e egoísta. Estabelecido para desfrutarmos de um relacionamento vivificador com nosso Criador e com outras pessoas, caímos, muitas vezes, na tentação de achar que as horas do sábado foram feitas para satisfazer nossos gostos e interesses pessoais.
Toda vez que penso nisso, eu (Júlio) me lembro do dia em que preguei para uma serpente. Foi em Opelika, no interior do Alabama. Quando havia terminado o sermão, os membros da igreja encontraram uma serpente de quase um metro e meio escondida atrás de um banco onde algumas crianças, sentadas inocentemente, assistiram ao culto até que a viram serpentear por entre os bancos.
Sinto que, às vezes, existe uma serpente entre nós espalhando o veneno de suas tentações contra o sábado. Muitos baixam a guarda durante esse dia e acabam mantendo um espírito que não é compatível com a sacralidade sabática. O sábado foi originalmente planejado como uma oportunidade para pensarmos em Deus e no próximo. Muitas vezes, porém, gastamos essas horas sagradas ocupados com atividades que não condizem com o espírito do dia do Senhor. Reflita sobre a forma como você tem passado o sábado. O que tem sido o centro dos seus pensamentos? A vontade de Deus ou seus interesses?