Certa vez, um fariseu de destaque convidou Jesus para um banquete em sua casa e Lhe ofereceu o lugar de honra na festa. Contudo, algo inesperado aconteceu. Na ocasião, Maria resolveu prestar uma homenagem ao Mestre, que em breve seria crucificado e a quem aprendera a amar. Assim, entrou na sala, quebrou um vaso de perfume e o derramou aos pés Daquele que a havia perdoado e devolvido sua dignidade. Logo aquele gesto foi interpretado como suspeito, pois lavar os pés de alguém em público e enxugá-los com os cabelos era uma atitude censurável.
Ao ver a cena, Simão, o anfitrião, questionou em seu íntimo: “Se este homem fosse profeta, saberia quem Nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma pecadora” (Lc 7:39). Jesus, porém, ao perceber o que estava acontecendo, dirigiu- Se ao fariseu: “Simão, tenho algo a lhe dizer” (v. 40). Cristo poderia ter revelado publicamente os pecados e pensamentos obscuros do anfitrião, mas não o fez. O Mestre decidiu contar uma história que só aquele homem entendeu. Ele não usou a verdade para intimidar Simão, mas para tentar levá-lo para o Céu.
Tão importante quanto buscar a verdade é saber o que nos motiva a buscá-la. Os motivos são mais importantes do que os atos. Se estivermos interessados em ser ferramentas nas mãos de Deus para salvar pessoas, moldaremos nossas palavras de tal maneira que apresentaremos a verdade para edificar, e não ferir.
A Bíblia afirma que conhecemos as pessoas pelos seus frutos, mas não diz que temos o direito de ofendê-las por eles. Lembre-se de que, quando Jesus proferia a verdade, Seus motivos eram os mais puros e elevados. Cada palavra dita por Ele tinha o objetivo de redimir, não de destruir. Quando tivermos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, teremos alcançado um nível de excelência sublime a ponto de não utilizar a verdade por motivos errados, mas mediante a autoridade que vem por meio do exercício do amor.