Quarta-feira
30 de março
Vício oculto
Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? 1 Coríntios 3:16

Aquele palestrante era um entusiasta. Daqueles que conseguem prender a atenção do público por horas seguidas sem fazer muito esforço. Ele falava aos rapazes da igreja sobre um tema delicado: a masturbação. Na reunião, era proibida a entrada de pais, anciãos da igreja e pessoas do sexo feminino. Ninguém para inibir. Somente jovens do sexo masculino estavam autorizados.

Embalados nas perguntas, dinâmicas e interação, a tarde se passou em instantes. Os mais desinibidos aproveitavam para tirar dúvidas, enquanto os mais tímidos apareciam com aquelas histórias de sempre: “Tem um amigo meu que gostaria de saber…” Não é novidade para ninguém que toda a história de “um amigo meu” tem um pouco da história da própria pessoa que pergunta.

Num dado momento, o palestrante fez a pergunta inesperada: “Quem já praticou a masturbação pelo menos uma vez?” Um silêncio ensurdecedor tomou conta da plateia. Não se viu mão alguma ser levantada. Nem um som. Nem uma palavra se ouvia. Apenas uns sorrisos disfarçados aqui, uns sussurros ali, uns olhares cínicos aqui, outros desconfiados ali.

Parecia a cena de Jesus desafiando os fariseus: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra.”

Embora se acredite que a masturbação seja uma prática comum na juventude, ninguém pode negar que suas consequências podem perdurar pelo resto da vida. Muitos pais de família ainda se dizem escravos desse vício iniciado na adolescência. Ellen White menciona essa prática, incluindo homens e mulheres, como o hábito do “abuso próprio”, o qual consome cinco vezes mais as energias do corpo que o trabalho e destrói as faculdades físicas, mentais e espirituais (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 230).

Abandonar a prática da masturbação pode ser um desafio, mas não é impossível. Uma vez que se compreende que os prejuízos que ela traz são maiores que o prazer que proporciona, um caminho para a vitória pode ser encontrado. Começando pelo cuidado com o que se vê, se ouve e ocupa o pensamento, guardando assim os nossos sentidos que são as avenidas da alma, Deus pode dar forças para a vitória e a preservação do templo do Espírito Santo.