Os desertos ocupam um terço da superfície terrestre, cerca de 50 milhões de quilômetros quadrados. O Saara (Norte da África) é o maior de todos, com mais de 9 milhões de km2. Isso é quase o tamanho do Brasil. O deserto da Patagônia, na Argentina, ocupa o quarto lugar em tamanho no mundo, com 673 mil km2.
O Atacama, ao norte do Chile, é o recordista em aridez. Entre 1919 e 1964 não recebeu uma única gota de água.
Nesse ambiente inóspito, gelado à noite (zero grau) e quente durante o dia (50° C), aparentemente nada conseguiria sobreviver. Mas basta levantar uma pedra ou fazer um buraco na areia e logo os moradores aparecem: insetos, artrópodes e alguns moluscos. Sua característica é a resistência e a ferocidade.
O escorpião, por exemplo, passa meses sem beber água e pode ficar até um ano sem comer. Os cupins fazem ninhos de três metros e meio de altura para amenizar o calor, e os besouros se enterram na areia. O caracol do deserto sobrevive fechado em sua concha por períodos de até quatro anos. E, apesar da lentidão, anda dezenas de quilômetros à procura de água.
Lagartixas e iguanas são equipadas com franjas nos pés, que facilitam a marcha na areia. Os ratos saltadores têm pernas traseiras bem desenvolvidas e pelos laterais na planta dos pés. Já as cobras andam de lado.
Muitas vezes somos tentados a admitir que nossa vida é um deserto árido e frio. Sem sentido, vazia. Muitas pessoas se acham assim. Esse sentimento incapacita e pode ressecar ou congelar o amor que há em nós.
Como a cobra que anda de lado e os lagartos que têm franjas nos pés, podemos encontrar, com a ajuda de Deus, as melhores soluções. A promessa de Isaías é que Ele fará de nosso deserto um jardim. Talvez seja preciso chutar a areia ou remover uma pedra para encontrar um sinal de vida em nosso coração. Mas não importa. A maravilha é que, mesmo escondida, existe vida em qualquer um. Deixe Jesus procurar, Ele achará.