O plano da redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que a salvação do ser humano. Não foi apenas para isso que Cristo veio à Terra. Não foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar a lei divina como ela deveria ser considerada, mas foi para reivindicar o caráter de Deus perante o universo. Para este resultado de Seu grande sacrifício, ou seja, a influência de Sua entrega sobre os seres de outros mundos, bem como sobre o ser humano, olhou antecipadamente o Salvador quando, precisamente antes de Sua crucifixão, disse: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim mesmo” (Jo 12:31, 32). O ato de Cristo morrer pela salvação do ser humano não somente tornaria o Céu acessível à humanidade, mas justificaria Deus e Seu Filho, no trato com a rebelião de Satanás perante todo o universo. Estabeleceria a perpetuidade da lei divina e revelaria a natureza e os resultados do pecado.
Desde o princípio, a grande controvérsia fora a respeito da lei de Deus. Satanás procurara provar que Deus era injusto, que Sua lei era defeituosa e que o bem do universo exigia que ela fosse mudada. Atacando a lei, ele visava subverter a autoridade de Seu Autor. No conflito, seria mostrado se os estatutos divinos eram deficientes e passíveis de mudança, ou perfeitos e imutáveis.
Quando Satanás foi arremessado do Céu, resolveu tornar a Terra o seu reino. Quando tentou e venceu Adão e Eva, achou que havia adquirido a posse deste mundo. “Porque”, dizia ele, “escolheram-me como seu príncipe”. Alegava que era impossível ser concedido o perdão ao pecador; portanto, os seres decaídos eram seus legítimos súditos, e o mundo era seu. No entanto, Deus dera o amado Filho – igual a Si mesmo – a fim de suportar a pena da transgressão. Assim, o Senhor proveu um caminho pelo qual eles pudessem ser restabelecidos a Seu favor e de novo trazidos ao lar edênico. Cristo encarregou-Se de redimir a humanidade e livrar o mundo das garras de Satanás. O grande conflito iniciado no Céu deveria ser decidido no próprio mundo, no campo que Satanás alegara como seu (Patriarcas e Profetas, p. 68, 69).