Correndo na praia certa manhã, observei um fato comum, mas curioso: os caranguejos, sentindo-se ameaçados por aquele par de pernas gigantes, fugiam o quanto seus cinco minúsculos pares de pernas permitiam. Depois se escondiam em seus buracos.
À tardinha, na mesma praia, um cachorro se aproximou de mim, balançando o rabo, querendo brincar. Aceitei sua amizade e comecei a correr com ele. Querendo brincar de cabo de guerra, o animal abocanhou minha canga e começou a puxá-la até que se rasgasse.
O caranguejo havia me visto como uma inimiga, mas eu não era! Embora eu fosse bem maior do que ele e corresse mais, eu não iria prejudicá-lo. Por outro lado, o cachorro não me viu como ameaça ou inimiga, mas como parceira!
Quantas vezes agimos como os caranguejos, não é mesmo? Quantas vezes nos enganamos a respeito de nossas interpretações ao ver o outro como inimigo, como ameaça, como perigo, sem que realmente seja.
Quando a presença do outro ou suas atitudes geram desconforto, medo e reação de defesa ou fuga, isso pode indicar insegurança na própria capacidade e na percepção de quem se é. Ao fugirmos, perdemos boas oportunidades de crescimento.
Melhor é agir como o cachorro. Simplesmente se aproximou e ofereceu o melhor que tinha a uma estranha: amizade, simpatia e uma grande disposição para interagir. Seguro de si, ele me viu como via a si mesmo e confiou!
Se vemos o outro como aliado, é porque nos vemos como iguais, não superiores nem inferiores. Essa reação amistosa tende a levar ao crescimento.
Se eu tivesse tratado mal o cachorro, ele simplesmente teria se afastado e ido atrás de outro que aceitasse a sua amizade. Ou teria latido forte e mostrado os dentes. Nem todos a quem oferecermos amizade a aceitarão. Deixemos que tenham liberdade de recusá-la. E, se realmente tentarem nos prejudicar, é hora de ter atitudes assertivas.
Talvez você já tenha sido vítima de más interpretações. O verso bíblico de hoje pergunta: Quem é como o sábio? A mulher sábia interpretará com prudência suas interações e terá paciência e tolerância para compreender aqueles que fazem a interpretação do caranguejo.
Quais têm sido suas interpretações? Como as do caranguejo ou como as do cachorro?