Sexta-feira
07 de fevereiro
VIVER PARA QUÊ?
Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. João 10:10

Certa vez, perguntaram ao ator Woody Allen se ele tinha medo de morrer. De forma irônica, ele respondeu: “Eu não tenho medo de morrer. Só não quero estar lá quando isso acontecer.” Ninguém quer morrer, mas o que significa viver?

Imagine um mundo onde nunca morreríamos ou envelheceríamos. Em vez disso, poderíamos escolher parar de envelhecer aos 25 anos e viver o tempo que quiséssemos. Se essa fosse uma possibilidade, e pudéssemos atingir 100, 200 ou até 10 mil anos, mantendo o vigor dos 25 anos, por quanto tempo escolheríamos viver? Para sempre?

Essa pergunta foi feita a vários cidadãos britânicos e estadunidenses, e a resposta foi surpreendente. A maioria não gostaria de viver para sempre, e aqueles que aceitaram ampliar sua vida em 100, 500 ou 10 mil anos o fizeram com ressalvas do tipo: “desde que eu não veja o fim do mundo”, “desde que não me separe dos que amo”, “desde que não viva em um asilo”.

Normalmente, pessoas emocionalmente sadias não querem morrer nem viver apenas por viver. É triste saber que o futuro é incerto e que o fim está sempre perto. Quem já viveu mais de quatro décadas compreende bem essa realidade. Somos seres inquietos, reflexivos sobre nossa própria existência, e não meras pedras destituídas de raciocínio. Precisamos de um propósito, de algo que justifique a luta pela vida.

Há uma parábola entre os filósofos que ilustra esse princípio: Um astronauta, abandonado em um asteroide rochoso e estéril no espaço sideral, possuía duas ampolas, uma com veneno e outra com uma poção que concederia imortalidade. Compreendendo sua situação terrível, bebeu o veneno num único gole. Entretanto, para seu horror, percebeu que havia bebido a ampola errada – tinha tomado a poção da imortalidade, condenando-se a uma existência eterna, mas sem sentido.

Não creio que o Céu seja interessante apenas por ser eterno. Aliás, de nada adiantaria estar lá sem a companhia de Deus e de pessoas queridas. Viver de verdade envolve bons relacionamentos. Além do pecado, nada provoca mais nossa morte do que a negação de conviver em harmonia com Deus e uns com os outros.