É difícil ajudar quem não se ajuda, não é? O autocuidado tanto melhora a sua qualidade de vida quanto permite aos que o amam ter você por mais tempo. Por isso, interessar-se pelos outros é uma razão a mais para cuidar de si. E, para saber a quem dedicar mais atenção e apreço, pergunte a si mesmo quem iria ao seu funeral, quem organizaria a cerimônia e quem pagaria a conta. E não se surpreenda: é um exercício mental tão desagradável como revelador!

Um pastor que eu (Júlio) conheci nos Estados Unidos me contou que lá é comum mesmo as congregações pequenas terem, ao lado do templo, um cemitério. Sabendo disso, um dia alguém telefonou para ele e perguntou: “Olha, será que o senhor se importaria se lhe déssemos um defunto?” Surpreso, ele respondeu: “Como assim?!” Então explicaram que estavam com o cadáver de alguém cuja família não tinha ido sepultar. Precisavam enterrá-lo. O pastor agradeceu, porém, como a igreja dele não tinha cemitério, teve que rejeitar o “presente”.

Pessoas que morrem na solidão não falham só no âmbito financeiro ou profissional. É no palco do coração que travamos as maiores batalhas. Por isso, fracassar nos relacionamentos é fracassar na vida. Não ter pessoas pelas quais valha a pena viver é, no fundo, ser uma pessoa que não merece uma despedida. Quando o apóstolo escreveu que, se vivemos ou morremos, é para o Senhor, estava pondo ordem no caos que é a lista de prioridades de alguns de nós.

Jesus é o nosso exemplo, e Ele não vivia para agradar a Si mesmo, mas para servir. Cristo não julgava precipitadamente. Não disputava poder nem exigia homenagens, embora as merecesse. Ele sabia amar como poucos. Por essa razão, dois ricos se ofereceram para sepultá-Lo.

Quando você se for, por que razão quer ser lembrado? Pela causa que perseguiu? Pelos valores que representou? Pela inspiração que foi? Pelo bem que praticou? Pelas marcas que deixou? Ou por ter passado pela vida sem se preocupar com nada além dos próprios interesses e com ninguém além de si mesmo? O conselho de hoje é: viva com, como e para o Senhor. Acaso haveria uma opção de vida melhor do que essa?