Terça-feira
11 de abril
Você está com fome?
Porventura, não é este o jejum que escolhi: [...] que repartas o teu pão com o faminto [...]? Isaías 58:6,7

Eu estava com uma fome tremenda. Também tinha pressa, necessitando almoçar em trânsito entre dois compromissos. Comida mexicana seria uma boa, pensei. Saí da rodovia, passando na subida por dois homens que seguravam placas.

“Dois burritos, por favor”, eu disse pelo interfone quando chegou minha vez de fazer o pedido. Peguei a sacola com o alimento na janelinha, afastei-me e atravessei a rua até o estacionamento de um grande mercado. Ficou imediatamente claro que eu não conseguiria comer os dois burritos, além da maçã que havia trazido de casa. Geralmente, eu teria jogado fora um burrito. Mas não havia acabado de passar por dois homens famintos na esquina? Talvez ele se destinasse a alguém. Mas para quem?

Agora, porém, eu correria até o sanitário antes de prosseguir, e comeria a maçã dentro do carro. Eu estava disposta, mas o Senhor teria que arranjar alguém a quem eu devia entregar o alimento. Entrei no sanitário e não vi ninguém. Quando me aproximei da pia, ainda não havia ninguém. Eu continuava orando: Senhor, se há alguém para quem queres que eu entregue este lanche, por favor, põe essa pessoa no meu… Eu estava pensando na palavra caminho, quando de repente notei que alguém, de fato, estava ao
meu lado, diante da pia à direita. Tão logo a vi, eu sabia – era a pessoa a quem se destinava o burrito. Uma mochila desgastada estava aos seus pés. Ela ajeitava o cabelo desgrenhado com dedos umedecidos.

Não tínhamos muito tempo. Cada uma de nós precisava sair logo. Abri a boca e o que saiu foi: “Você está com fome?” Ela me encarou com olhos arregalados, sem fala. Eu me apressei em explicar a situação, terminando com a intenção de ir buscar o burrito.

“Sim, e como!”, ela suspirou. Saí, retornando não apenas com o burrito mas também com a maçã. Ela estava fora do sanitário, à minha procura. Entreguei a magra oferenda, disse “Deus te abençoe”, recebi seu agradecimento e nos despedimos. Deus está claramente trabalhando na vida de minha jovem amiga. Ele realizou um milagre justamente para ela. Estou curiosa por saber o restante da história de Devin.

O que está em sua mão, hoje, que Deus gostaria que você partilhasse com alguém faminto? Faminto, especialmente, por Ele? É só Lhe perguntar quem é, e onde está. Ele vai lhe mostrar.

Carolyn K. Karlstrom