Domingo
19 de maio
Você não pode voltar para casa
Vou preparar um lugar para vocês. João 14:2?

Perguntei ao meu marido o que ele gostaria de fazer em um dos nossos raros dias livres visitando nossa cidade natal, no estado de Wyoming, nos Estados Unidos, para a sexagésima reunião de classe da nossa turma do ensino médio. 

– Eu gostaria de visitar os lugares dos quais me lembro – disse ele. 

Enquanto eu dirigia, ele foi me indicando a direção para ir até a primeira casa em que ele havia morado e depois ao rio onde ele e seus amigos nadavam, faziam rafting e piqueniques. Passamos por lugares em que ele havia trabalhado e também lugares em que tinha crescido: a lavanderia onde caiu solvente no ouvido dele, a antiga rota em que ele entregava jornais, os riachos onde pescavam, o trilho do trem e a fábrica de açúcar em que ele trabalhou como vigilante noturno. 

As histórias que eu tinha ouvido tantas vezes agora faziam mais sentido! Minha vida pacata não tinha tido nem metade da agitação que ele havia vivido. O grand finale seria passar pela Avenida Sheridan, onde ele havia morado e onde nos conhecemos e nos apaixonamos um pelo outro. Do lado oposto à casa em que ele morou tinha uma escola. Junto à escola tinha um campo de futebol onde eram feitas comemorações da comunidade local e também competições entre escolas. Foi nesse campo que um tal Don Sales fez um lançamento incrível no jogo de soft ball contra um time feminino e tinha virado manchete no jornal local. Parei o carro em frente à casa 29 da Avenida Sheridan e percebi que os novos donos tinham feito uma reforma, modificando bastante a fachada. 

– Estamos no quarteirão errado, deve ser na quadra de baixo – disse meu marido, franzindo a testa. 

– É a casa certa, eles só a reformaram. Está vendo ali os trilhos do trem no fim da rua? – eu disse rindo. 

– Você está certa! – respondeu Don. – Mas o que eles fi zeram com o campo de futebol? 

O campo estava cheio de mato e as arquibancadas e o placar tinham sido demolidos; além disso, a escola havia desaparecido. Do outro lado do campo abandonado tinha um prédio em ruínas que mal conseguimos reconhecer, mas era a Loja da Tracey, onde uma moedinha comprava muitas guloseimas e onde todas as crianças eram bem-vindas. 

– Já vi o sufi ciente – disse meu marido entristecido. – Vamos para outro lugar. 

Enquanto saíamos, começamos a conversar comentando como será maravilhoso quando nosso Senhor voltar e nos levar para a eternidade. Teremos mansões que nunca serão demolidas e campos cheios de flores lindas que florescerão para sempre. “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20). 

Teresa A. Sales